O site Em pratos
limpos, que sempre se posiciona contra as plantas transgênicas, pois não
acredita na sua segurança, recentemente (25 de outubro de 2012 - http://pratoslimpos.org.br/?p=4857)
postou um comentário intitulado “CTNBio revisa licença do milho transgênico”.
Outros sites papagaio imediatamente repetiram o bordão, mas não verificaram a
veracidade da afirmação. Mas procurando conferir a informações nas fontes
fidedignas, se chega à conclusão que não é nada disso!
Em primeiro
lugar, o assunto sequer está na pauta da reunião do dia 8, que é o dia das
votações (na Plenária) (http://www.ctnbio.gov.br/index.php/content/view/17582.html). Naturalmente, é sempre possível
adicionar um assunto à pauta, mas daí a afirmar que “A Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio)
irá avaliar, ..., o pedido de suspensão do plantio, comercialização e consumo
do milho transgênico (NK603)” é afirmar algo que, muito provavelmente,
não acontecerá, por várias razões que serão comentadas abaixo. O que pode voltar
a ser discutido é a pertinência científica do artigo do Séralini e a validade
de seu uso como amparo ao dispositivo legal que levaria à reavaliação do risco
deste produto. Um passo de cada vez.
Mas a chamada na
internet serve para criar a impressão de que o artigo de Séralini e seus
colegas tem valor e que a CTNBio vai rever o que fez em 2008 por causa dele.
Linda estratégia.
Em segundo
lugar, no dia 7 as Comissões Sub-setoriais podem, naturalmente, discutir o
assunto, mas a CTNBio, através da sua Presidência, já tem uma posição oficial
sobre a questão, encaminhada ao Ministério das Relações Exteriores, que a
solicitou (http://www.ctnbio.gov.br/upd_blob/0001/1721.pdf): o artigo de Séralini e seus colaboradores
não tem fundamento científico.
A opinião técnica
da CTNBio reflete as opiniões da EFSA, das seis principais academias
científicas da França, do Alto Conselho de Biotecnologias (HCB) francês e da ANSES (Agence nationale de
sécurité sanitaire de l'alimentation, de l'environnement et du travail), que
descartaram qualquer valor de evidência no trabalho de Séralini e cols. A
posição coincide com a de pesquisadores e avaliadores de risco brasileiros, que
já haviam se manifestado anteriormente contrários ao pretenso valor científico
deste trabalho. Além disso, contrariamente ao que o post do Em pratos limpos afirma (“ ...a França
avalia o tema.”), o Governo Francês, assim que a ANSES e o HCB se pronunciaram,
rejeitou qualquer reavaliação de permissão de comercialização do milho NK603 (http://genpeace.blogspot.com.br/2012/10/a-franca-faz-seu-dever-de-casa.html). Isso é público e notório, desde o
dia 22 de outubro deste ano.
Assim, a
menos que os procedimentos da Comissão caminhem contra as evidências
científicas, a questão da reavaliação será descartada a priori.
Para acessar
o grande lote de evidências que apontam a ausência de valor no artigo citado,
quem sabe até a má fé se seus autores, adicionamos os links deste site, com
ênfase no primeiro, onde discutimos em detalhes a impropriedade de se usar as
informações do artigo de Séralini num pedido desta natureza à CTNBio.
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