Não é nenhuma novidade que boa parte das cervejarias do mundo todo
utilizam grãos não maltados para produzir cerveja. Na receita original só entra
a cevada, e é o malte da cevada que, teoricamente, produz a cerveja de verdade,
de sabor imbatível. Na prática, vários outros cereais, muito mais baratos, têm
sido amplamente utilizados, a começar pelo arroz.
No Brasil a adição de cereais não maltados é permitida até
uma certa porcentagem. Não somos diferentes de outros países neste aspecto. Mas
100 anos de experiência fazem com que nossa cerveja, mesmo levando arroz, milho
e outros cereais, seja muito boa, tanto em gosto quanto em qualidade.
Então, qual é o problema? É que agora 87% do milho brasileiro
é transgênico: pode ser milho resistente a insetos, tolerante a herbicidas ou
ambas as características juntas. As grandes fábricas compram milhares de
toneladas de milho todo ano, não tem forma alguma de comprar só milho
não-transgênico. Então, pode-se dizer que toda cerveja produzida em larga
escala contém derivado de transgênico. Um estudo da USP sugere que as maiores
fábricas empregam até 45% de milho na produção das cervejas mais vendidas no
Brasil (http://www.brejas.com.br/blog/08-10-2012/cervejas-populares-nacionais-tem-muito-milho-afirma-pesquisa-usp-12977/)
E isso é um problema? Não, porque todos os milhos
transgênicos aprovados no Brasil foram submetidos a uma criteriosa avaliação de
risco e têm sido consumidos aqui e em outras partes do mundo sem relato de
problemas de saúde humana ou animal (http://genpeace.blogspot.com.br/2012/10/the-largest-experiment-with-human.html
). Apenas os que desconfiam demais da biossegurança dos produtos transgênicos
devem evitar as cervejas mais populares e procurar saber se as mais caras
também usam milho. Por via das dúvidas, é melhor tomar a cerveja alemã, porque
lá é proibida a adição de qualquer cereal que não seja a cevada (que ainda não
é transgênica). Entretanto, devem desconfiar das leveduras, que já são
transgênicas na produção de uma enorme variedade de vinhos, queijos e outros
fermentados. Estas estão vivinhas em muitas bebidas e produtos lácteos...
Em conclusão, se você é por um Brasil livre de transgênicos,
logo deverá abandonar a cerveja, os fermentados lácteos e, provavelmente os vinhos,
além do cuscuz, da polenta, da canjica e do tabaco de raposa, claro! Sobretudo
agora que a grande mídia alardeia o imenso perigo representado pelo milho transgênico
resistente a herbicidas, muito plantado no Brasil (para críticas ao artigo
fantasioso elevado a arauto do apocalipse pela irresponsável mídia francesa,
vejam http://genpeace.blogspot.com.br/2012/09/artigo-que-mostra-o-surgimento-de.html;
http://genpeace.blogspot.com.br/2012/09/artigo-sobre-efeito-de-milho.html;
http://genpeace.blogspot.com.br/2012/10/pesquisadores-brasileiros-assinam.html
).
PS. Um ano após a publicação do besteirol produzido pelo Séralini e sua trupe, a revista finalmente se retrata e retira o artigo de seu site. A oposição aos transgênicos diz que foi pressão da Monsanto. Conversa: o artigo era uma porcaria sem par desde o início. Agora: que os argumentos usados pelo editor foram fracos, isto não há dúvida! Mas eles refletem a política normal de defender seus revisores. A história dos ratos com tumores derivados da ingestão do milho que nós mesmos comemos às toneladas está em http://genpeace.blogspot.com.br/2013/11/sepultando-um-zumbi-o-artigo-cientifico.html
PS. Um ano após a publicação do besteirol produzido pelo Séralini e sua trupe, a revista finalmente se retrata e retira o artigo de seu site. A oposição aos transgênicos diz que foi pressão da Monsanto. Conversa: o artigo era uma porcaria sem par desde o início. Agora: que os argumentos usados pelo editor foram fracos, isto não há dúvida! Mas eles refletem a política normal de defender seus revisores. A história dos ratos com tumores derivados da ingestão do milho que nós mesmos comemos às toneladas está em http://genpeace.blogspot.com.br/2013/11/sepultando-um-zumbi-o-artigo-cientifico.html
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