sábado, 6 de maio de 2017

Cerveja "Fora Temmer": puro malte inacessível ao trabalhador

Deu no site Rede Brasil Atual: Cerveja Fora Temer, produzida em assentamento, é puro malte, etc... Na onda de se dizer (com razão) que a maioria das cervejas nacionais leva muito milho, a turma diz que faz mal porque o milho é transgênico, o que é falso. Nenhum milho transgênico no mercado, nem seus derivados, fazem mais mal do que o convencional.
Agora, olhem com atenção o preço da cerveja na fotografia...



Dá prá imaginar assentado, proletário, classe média baixa e todos os demais setores que compões 80% desta nação bebendo cerveja com este preço? Chego à seguinte conclusão: estes assentados e todos aqueles que querem eliminar as cervejas que levam milho devem estar trabalhando para uma grande campanha secreta de combate ao consumo de drogas, especificamente álcool.

PS: a cervejaria artesanal recomenda a Weiss, feita de trigo... a tal regra de pureza alemã (https://de.wikipedia.org/wiki/Reinheitsgebot\), coisa que os cervejeiros da Baviera decretaram faz mais de 400 anos por puro interesse comercial (referendados por dois duques de antanho), TAMBÉM não admite trigo (nem açúcar...). Para a tal regra, milho, trigo, arroz, é tudo a mesma coisa. Lá mesmo na Alemanha a regra, que não é uma lei, cria um cipoal intransponível para qualquer um com bom senso. Lá (sobretudo depois das cutucadas da UE), como cá, tem cerveja com as mais diversas composições e a lei não obriga cervejaria alguma á só usar os 4 componentes originais. Compra um tipo de cerveja quem quer, e produz quem vê a oportunidade de mercado. Exatamente como os fabricantes artesanais desta cerveja Fora Temer. Aliás, gostei do nome: sobretudo quando, bebendo demais, a gente vomita tudo!


PS.2: Tirado do site citado sobre a regra de pureza...

"Ao contrário da atual percepção generalizada de uma continuidade da Reinheitsgebot bávara de 1516 , esta regra sobreviveu por pouco tempo. Já em 1551 um decreto ducal (a outra regra também era...) permitiu coentro e louro como outros ingredientes de cervejas bávaras e, em contraste, expressamente proibiu o uso do meimendro (Bilsenkraut) e hortência (Seidelbast). Um novo regulamento bávaro de 1616 também permitiu sal, zimbro e cominho para a produção de cerveja.

Em 1548 o Barão von Degenberg obteve permissão para fazer cerveja de trigo ao norte do Danúbio, apesar do trigo não ser permitido de acordo com a ordem bávara de 1516. Em 1602, com o desaparecimento da família do Conde de Dagenberg,  o privilégio para a produção de cerveja de trigo voltou ao Duque Maximilian I, que aproveitou a oportunidade para autorizar a construção de muitas cervejarias para fazer a Weizenbier."


Ou seja, a Reinheitsgebot é só história. Cerveja é feita daquilo que a gente quer ou que quer a indústria, desde que a lei permita. Compra quem quer e não adianta nada meter o sarrafo nem espernear, nem tentar dizer que o brasileiro TEM que beber cerveja a 20 reais o litro.