Crítica ao texto em
Copio e colo abaixo um texto publicado no blog Alimentação e Saúde
Infantil – Nutrição consciente desde a infância. Após cada parágrafo ou depois
de dois ou três eu junto meus comentários (em vermelho). Lá no blog original
também fiz comentários, mas a pessoa responsável me espinafrou, me chamando de
ignorante e acusando a CTNBio se ser um valhacouto de vendidos às grandes
empresas (as críticas estão no final desta postagem, com o merecido reply). Tanto o texto original quanto a resposta apenas amealham o besteirol
que circula na internet e não são, de fato, a opinão de quem escreve, mas de um largo grupo de like-mindeds. Uma pena, porque o blog em geral tem boas informações.
O que a distorção ideológica não faz!
La vai.
Alergias alimentares x
Transgênicos em carnes de animais alimentados com transgênicos
É
sabido que leite, soja e ovos são os principais alimentos causadores de
alergias alimentares, especialmente em crianças.
Não é exatamente assim: a ordem em que estes alimentos aparecem
varia de país para país e mesmo de região para região. No Brasil a soja está
entre as fontes de alergenos, basta ler o documento de consenso, de 2007 (http://www.crn2.org.br/pdf/artigos/artigos1285071282.pdf), sugerido
pela pessoa que postou este texto numa réplica a um comentário meu. Mas o fato da
soja estar na tabela em nada indica que ela é uma das fontes de alergenos mais
importantes. De forma alguma! Ovo, leite, amendoim, castanhas, corantes, crustáceos,
kiwi, e muitos outros vêm na frente, dependendo do lugar do Brasil. Mas esta
questão não é relevante: o ponto é que dos alergenos da soja (Globulinas, 7S:
β-conglicina, β-amilase, Lipoxigenase, Lecitina, 11S: glicinina, Proteínas do
soro, hemaglutinina, Inibidor de tripsina, uréase) nenhum é produzido em maior
quantidade nas sojas transgênicas e as novas proteínas que elas contêm não são
alergênicas. A discussão da contribuição da transgenia na alergenicidade da
soja se esgota aqui.
Entre
2005 e 2006, uma petição com um milhão de assinaturas circulou pela Europa
exigindo maiores informações sobre a presença de organismos geneticamente
modificados em produtos originários de animais consumidores de rações
transgênicas, principalmente carnes, leite e ovos.
O
que os europeus fazem não é dirigido pela ciência, mas pela percepção pública,
que é coisa muito diferente. O consumo dos transgênicos pelos animais significa
que as proteínas novas serão degradadas no trato digestivo deles e os
aminoácidos vão virar proteínas de vaca, galinha, porco ou seja lá qual for o
bicho que comer a ração. Não vai existir nenhuma proteína nova na carne, nos
ovos ou no leite. Isso contraria a fisiologia e está amplamente demonstrado na
literatura séria.
Atualmente,
as principais preocupações da comunidade cientifica mundial, sobre os efeitos
adversos dos organismos geneticamente modificados (OGMs), centram-se na
transferência à resistência aos antibióticos, graus de toxicidade e potencial
alergenicidade dos produtos manipulados geneticamente.
Num
comentário que envie em resposta a este texto, deixei claro que a transferência
de genes de antibiótico de plantas para qualquer outro organismo (exceto as
plantas da mesma espécie e as sexualmente compatíveis) é uma fantasia. Além
disso, o gene teria que se expressar no nosso organismo, mas está sob controle
de um promotor de planta (ou de vírus de planta). É como querer jogar um
astronauta com um canhão na Lua: só na ficção científica do bom Júlio Verne.
Também esclareci que nenhuma proteína nova expressa pelas plantas transgênicas
é tóxica, nem muito menos os alimentos formulados com estas plantas, exceto nas
mãos de Séralini, da Judy Carman e de uns poucos outros, cujo método em seus
experimentos está muito longe da Ciência. Por fim, falei também que as
proteínas novas não são alergênicas e, como comentado acima, as proteínas
alergênicas já encontradas na palnta convencional não estão em maior quantidade
nas transgênicas. Desafio quem quer que seja a demonstrar o contrário com dados
científicos, e não citações das especulações teóricas do Jack Heinemann nem
alguma bizarria isolada publicada por aí. Concluo: as principais preocupações
dos cientistas sérios passam longe destas três coisas citadas acima.
Em
2002, o médico imunologista e alergologista londrino, Gideon Lack, escreveu
sobre a migração de DNA de alérgenos para culturas de não-alérgenos, em Clinical risk
assessment of GM foods.
No
documento, o alergologista discorreu sobre o primeiro cenário de contaminação
cruzada ocorrido em 1996, quando proteínas de castanha do Brasil foram
transferidas para a soja transgênica.
Dessa
forma, a proteína expressa na soja cultivada manteve sua alergenicidade, e
pacientes alérgicos ás castanhas, sem respostas para soja, passaram a apresentar
resposta mediada por IgE para alergia à soja.
Se
uma planta transgênica expressar um alergeno de outro organismo, seguramente
pode acontecer que ela se torne um problema no mercado, uma vez que um risco
não suspeitado para o consumidor. Por isso, esta tal soja com proteína de
castanha do Pará não está à venda e também por isso todas as plantas GM no
mercado não expressam alergenos novos. Seria uma imprudência criminosa. Os que
se opõem aos OGMs sempre citam este caso da soja com proteínas da castanha, mas
“esquecem” de dizer que esta coisa não está à venda em canto algum do planeta e
as que estão não têm novos alergenos.
Pesquisas
mais recentes apresentam comprovações sobre a deposição de frações
transgênicas, não apenas em outras plantas, mas também em tecidos de animais
alimentados com esses alimentos.
Uma
revisão da literatura conduzida pela ONG Testbiotech encontrou crescentes evidências de que fragmentos
de DNA de plantas transgênicas podem ser encontrados em leite, órgãos internos
e músculos de animais.
Em
abril de 2010, cientistas da Itália relataram a presença de sequências de DNA
de soja transgênica em leite de cabras.
Traços
deste DNA foram também encontrados nos cabritos e crianças alimentadas com o
leite dessas cabras.
Em outra pesquisa, cientistas
encontraram traços de plantas transgênicas em órgãos de peixes.
Professor Jack
Heinemann. Universidade de Canterbury, Nova Zelândia, in: Report on
Animals Exposed to GM Ingredients in Animal Feed
Todas estas pesquisas mostram o que já se sabe faz tempo: diminutas frações de DNA do que a gente come circula no sangue e está presente em outros fluidos corporais (leia também http://genpeace.blogspot.com.br/2013/08/genes-inteiros-podem-passar-do-alimento.html). Numa concentração muito maior estão os DNAs do próprio comedor... Assim, que toma leite de vaca ingere quantidades importantes de DNA e de RNA fita dupla, este último contendo sequências silenciadoras de genes muito semelhantes, senão idênticos, aos nossos. Idem prá quem come bife, carne de porco, de ovelha ou de cabrito. Também ingerimos DNA e iRNA de aves e peixes, embora as sequências sejam menos semelhantes aos nossos genes. Entretanto, isso não tem qualquer impacto em nossa saúde, porque estes DNAs não são incorporados às nossas células nem usados para nada, assim como os iRNAs. Idem para os recombinantes. O Heinemann adora especular sobre isso (o report completo dele está aqui: http://www.biosafety-info.net/file_dir/16329274254b0b792716b0f.pdf), mas em geral só conta uma parte da história, centrando a atenção do leitor nos transgenes... Nada do que está no report dele é novidade para os avaliadores de risco.
Transgênicos e Saúde Humana
O
professor do programa de pós-graduação em Recursos Genéticos Vegetais da UFSC,
Miguel Pedro Guerra, defensor de maior cautela com transgênicos, comentou
sobre a incorporação de novas proteínas na cadeia alimentar e a
ocorrência de alergias provocadas pelas modificações genéticas, em entrevista para a revista Galileu.
A revista
Galileu está longe de ser uma publicação com o rigor científico para
transformar em fatos algumas especulações. O fato é que as novas proteínas que
são expressas pelas plantas transgênicas hoje no mercado não são alergênicas. Entendo
a preocupação dos alergologistas, mas eles precisam se debruçar sobre as
evidências científicas e não se fiarem em conversa mole de internet ou de
certas revistas dde popularização da ciência.
Para
o professor, o FDA (agência americana que regula alimentos e remédios
nos EUA) não conduziu testes e, em simplificação surpreendente, liberou
plantas para o cultivo com base apenas no conceito de equivalência substancial.
Absolutamente
errado: o FDA (e, no caso das plantas Bt, também o EPA, além da CTNBIo, da
EFSA, do FSANZ, etc) avaliaram dezenas de outros aspectos alimentares. Para o
caso das alergias o que é rotina? Ver se as novas proteínas não apresentam
características indesejáveis de termoestabilidade e resistência aos fluidos
gástricos e ver se suas sequências não têm similaridade com alergenos
conhecidos dos bancos de dados. Pois é, nenhuma das proteínas transgênicas
expressas pelas plantas aprovadas para consumo tem estas características...
Parece que o professor está equivocado ou foi mal interpretado pela revista
Galileu.
Por
esse conceito, plantas transgênicas são equivalentes às
não-transgênicas.
Mas, muitos cientistas discordam
dessa simplificação.
“Desde 1996,
bactérias, vírus e outros genes introduzidos artificialmente no DNA de soja,
milho e sementes de algodão e canola implicam em riscos de reações
alérgicas mortais”, comenta Jeffrey M. Smith, do Instituto de Responsabilidade
Tecnológica (IRT), com sede nos EUA.
O
Jeffrey Smith é um charlatão e não um cientista, e este instituto é uma miragem
para não usar uma palavra mais forte. Nenhum médico, nutricionista, biólogo ou
qualquer outro profissional que respeite a ciência pode levar a sério um cara destes.
Só a nossa mídia meio desorientada e sequiosa de más notícias. Tudo o que ele
afirma não merece comentários.
“E
as provas, colhidas ao longo da última década, sugerem ainda que estão
contribuindo para o aumento das alergias alimentares em todo o mundo. Os
cientistas sabem há muito tempo que os transgênicos podem causar
alergias”, afirma.
O
Reino Unido é um dos poucos países que realiza uma avaliação anual das alergias
alimentares.
Em
1999, pesquisadores ingleses ficaram alarmados ao descobrirem que as reações à
soja dispararam em 50%, em relação ao ano anterior.
E
depois de 99? Sonhar é possível...
A
soja geneticamente modificada havia entrado recentemente no Reino Unido, a
partir de importações dos EUA.
Gozado
é que nos EUA mesmos nãos e viu esta subida imensa, apesar da vigilância enorme
das autoridades de saúde. Como a fonte deve se o tal IRT, já se vê que é tudo
bobagem.
Na manifestação tardia de alergias,
até que um alimento seja consumido com certa frequência, não é possível
detectar o processo alérgico.
“O
único teste definitivo para alergias”, segundo o ex-microbiologista do FDA,
Louis Pribyl, “é o consumo por pessoas afetadas, o que pode ter implicações
éticas em se tratando de estudos programados.”
Isso é verdade: não há testes em animais
que apontem novos alergenos. Por isso o Codex Alimentarius estabeleceu um
protocolo para avaliar novos alergenos e é ele quem vem sendo seguido. Quanto
ao aumento das alergias à soja ou milho, se existe pode ter várias causas, mas
uma alergia específica às proteínas EPSPS, Cry (várias), VIP, Bar, etc., nunca
foi demonstrada (e muito menos uma alergia cada vez mais comum), embora seja
muito simples o teste. Por que? Porque simplesmente não existe.
Ainda conforme documento do IRT, culturas OGMs podem criar novas alergias.
Ainda conforme documento do IRT, culturas OGMs podem criar novas alergias.
Em
2010, o Dr. Michael Hansen, PhD em impactos da biotecnologia na
agricultura e cientista sênior da Consumers Union, ao participar de evento
sobre transgênicos, em São
Paulo, comentou que, no início de sua utilização, os
transgênicos ocasionaram redução no uso de agrotóxicos. Porém,
gradativamente, esse uso passou a duplicar.
O
aumento de agrotóxicos, se existir, é só para herbicidas. O consumo de
inseticidas reduziu muito desde a adoção das plantas Bt. Toda informação deste
IFT é suspeitíssima, por princípio.
O glifosato,
princípio ativo do herbicida Roundup Ready (RR), da Monsanto,
possui forte relação com prejuízos à saúde humana como reprodução indevida de
células, aumento nas taxas de abortos espontâneos, má formação fetal e
manifestações imunitárias como alergias alimentares.
Todo
pesticida é tóxico, mas o glifosato é dos menos tóxicos entre os herbicidas e
por isso as plantas transgênicas foram feitas tolerantes a eles. A oposição
ferrenha ao glifosato tem uma razão bem clara: ele é originalmente da Monsanto,
a personificação empresarial do capeta na Terra... Quem vende a ideia de que o
glifosato é muito perigoso não sabe nada de toxicologia.
Atenção!
Transgênicos na alimentação dos bebês
e crianças menores:
Atualmente,
além de muitos corantes, açúcar, xarope de milho ou outro adoçante
artificial, a maioria das farinhas engrossantes para bebês e produtos lácteos,
incluso certas marcas de leite em pó, possuem transgênicos em suas
composições, sem qualquer declaração nos rótulos.
Não
é bem assim: vários destes produtos (por exemplo, a Maizena) já têm rotulo. Já
o leite em pó, se não contiver adição de soja, é tão transgênico quanto um
canguru.
Mulheres
que amamentam, especialmente alérgicos, devem observar também a ingestão de
carnes e ovos quando frente a alguma reação do lactente.
Fontes
bibliográficas
Só a citação grifada em verde
provem de uma revista científica, o resto é especulação das OGNs e
institutos contra a biotecnologia agrícola (Greenpeace, Idec, etc.) ou blogs e
revistas populares.O assunto da referência em verde é importante, mas não existe uma planta do jeito que ele estudou no mercado hoje.
Influência
sobre CTNBio é trunfo das gigantes da transgenia
Comissão responsável por liberar pesquisa, produção e comercialização de transgênicos no Brasil é integrada por cientistas ligados às empresas do setor. Disponível em: Repórter Brasil.
Comissão responsável por liberar pesquisa, produção e comercialização de transgênicos no Brasil é integrada por cientistas ligados às empresas do setor. Disponível em: Repórter Brasil.
Legalizados
há 10 anos, transgênicos vivem apoteose
Lei 10.688/2003, sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, impulsionou o mercado dos transgênicos, lavouras de soja e devastação da Amazônia para plantio.
Lei 10.688/2003, sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, impulsionou o mercado dos transgênicos, lavouras de soja e devastação da Amazônia para plantio.
Dossiê Transgênicos: os dois lados da
moeda. Revista Galileu.
Editora Globo.++++
Por fim, comento algumas das severas
críticas que o autor (ou autora) do texto acima fez a mim e à CTNBio.
Em primeiro lugar, senhor professor “que possui um site em que
apoia incondicionalmente os transgênicos”, basta consultar as fontes do artigo
para ver que tudo está sendo pesquisado e estudado por cientistas que não
possuem o rabo preso com empresa alguma, e trabalham em busca do que realmente
pode ser útil e bom para o progresso da humanidade.
Não existe esta história de “rabo preso”: ou o artigo tem qualidade
e os dados podem ser repetidos e serão confirmados e estendidos outros
autores, ou a coisa não presta. No caso dos resultados de Séralini e de uns
poucos outros que enxergam problemas enormes nos transgênicos, o que falta é
método científico nos seus experimentos e isso nada tem a ver com serem
independentes ou não. Aliás, para conhecimento do público, o Séralini é
amplamente subsidiado pelos grandes supermercados europeus que não vendem
transgênicos e por um laboratório que produz “detoxificantes” contra... transgênicos.
Vai ter o rabo preso lá na China!
Em segundo lugar, ao colocar que “… dizendo que a soja é um dos principais alergenos na infância. De onde o autor arrancou isso? Está inteiramente equivocado.”
Respondo:
De inúmeros artigos nacionais e internacionais que podem ser acessados pelo senhor através da internet, se desejar, ou livros.
O
fato de o senhor desconhecer o assunto não o torna um equivoco. O equivoco está
na sua falta de conhecimento sobre o assunto. Entre os inúmeros estudos sobre o
tema sugiro que leia esse:
Documento
conjunto elaborado pela Sociedade Brasileira de Pediatria e Associação
Brasileira de Alergia e Imunopatolia:
“A alergia alimentar é mais comum em crianças.
Estima-se que a prevalência seja aproximadamente de 6% em menores de três anos
e de 3,5% em adultos e estes valores parecem estar aumentando(…)
São identificados como principais alérgenos responsáveis pela alergia alimentar em crianças: o leite de vaca, o ovo, o trigo, omilho, o amendoim, a soja, os peixes e os frutos do mar. ”
São identificados como principais alérgenos responsáveis pela alergia alimentar em crianças: o leite de vaca, o ovo, o trigo, omilho, o amendoim, a soja, os peixes e os frutos do mar. ”
Leia
completo com quadro e maiores explicações no link acima.
A leitura atenta do documento de consenso, de 2007, citado (http://www.crn2.org.br/pdf/artigos/artigos1285071282.pdf), mostra
o que se sabe: a soja tem alergenos. Mas o fato dela estar na tabela em nada
indica que ela é uma das fontes de alergenos mais importantes. De forma alguma!
Ovo, leite, amendoim, castanhas, corantes, crustáceos, kiwi, e muitos outros
vêm na frente, dependendo do lugar no Brasil, grupo de consumidores, etc.. Mas
esta questão não é relevante: o ponto é que dos alergenos da soja
(Globulinas, 7S: β-conglicina, β-amilase, Lipoxigenase, Lecitina, 11S:
glicinina, Proteínas do soro, hemaglutinina, Inibidor de tripsina, uréase)
nenhum é mais produzido nas sojas transgênicas do que nas convencionais e
as novas proteínas que elas contêm não são alergênicas. O mesmo vale, aliás,
para o milho, a canola, o algodão, etc. Ponto.
O
senhor não possui base cientifica para afirmar em caps lock e refutar nada do
que foi pesquisado e publicado no exterior sobre a contaminação cruzada em
transgênicos.
Que
diabos é contaminação cruzada de transgênicos? Se é a presença de novos
alergenos em alimentos, pela expressão de novas proteínas, a resposta é: esta
coisa não existe, porque as novas proteínas não são alergênicas (são
rapidamente degradadas no fluido digestivo e não têm semelhança de sequência
com qualquer alergeno conhecido nos bancos de dados). Quem parece não possuir
formação científica suficiente para entender isso (ou lhe falta vontade) é o
autor das críticas a mim.
O número de alergias múltiplas vem aumentando significativamente,
nos últimos anos, em paralelo ao aumento do comércio de transgênicos, no mundo
todo.
O senhor pode espernear quanto quiser, pois a verdade aparece quando tiver que aparecer.
O senhor pode espernear quanto quiser, pois a verdade aparece quando tiver que aparecer.
O número de alergias múltiplas também aumenta com o aumento das refeições
feitas fora de casa, com o consumo de orgânicos e com um mundo de outras
coisas, com coeficientes de correlação tão bons quanto com o consumo de
transgênicos. A causa deste aumento é múltipla e, provavelmente, os
transgênicos nada têm a ver com isso porque não existe um mecanismo causal
provável (já comentei antes que as proteínas novas expressas pelos transgênicos
não parecem ser alergenos e que os alergenos conhecidos das plantas
convencionais não estão em maior concentração nas plantas transgênicas, tudo
isso é muito bem conhecido). Imaginar que uma simples correlação estatística
tosca, como esta, tem um significado importante é desconhecer o método
cientifico.
Infelizmente,
em alguns momentos da história, um pouco tarde, e à custa da vida de milhares
ou milhões de pessoas. Seja mais responsável. Desserviço é o senhor afirmar
algo apenas sustentado por sua falta de conhecimento mais profundo sobre o
assunto (alergias, transgênicos, etc.).
E,
ademais, é importante que além de consciência tenhamos também o mínimo de
conhecimento sobre a politicagem que rodeia a defesa de transgênicos no Brasil.
Mesmo sabendo que está tudo mais dominado do que gostaríamos.
Quero
acreditar que quando afirma que não há maior utilização de agrotóxicos, e que
não há riscos de toxicidade das plantas, seja apenas por falta de informações.
O uso de
agrotóxicos não implica que eles vão estar presentes no grão, na fruta, no
legume ou na verdura que vão ser vendidos. Ou pelo menos, não implica que estes
produtos tenham concentrações acima do admitido pelas leis do país. Se o
agricultor seguir as recomendações, seu produto será saudável. A maior parte
dos casos de contaminação vem da pequena agricultura e da agricultura familiar
e nada tem a ver com o agronegócio dos transgênicos.
Veja
esse também:
O Ministério Público Federal tem
questionado as decisões da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio)
em relação ao método utilizado pela Comissão na liberação de produtos
transgênicos.
O principal foco do MPF está nos produtos que utilzam o agente 2,4-D –
ingrediente do “agente laranja”, desfolhante usado pelo exército americano na
Guerra do Vietnã.
De acordo com o procurador da República Anselmo Henrique
Cordeiro Lopes, a frente deste processo, é preciso que haja uma participação
maior das sociedade civil no debate da liberação de Organismos Geneticamente
Modificados (OGMs).
31/10/2013
31/10/2013
O Anselmo tem boa intenção, mas ouve demais as informações da
AS-PTA, do MST e de outras organizações que, por motivos políticos e
ideológicos, são contra os transgênicos. Como o procurador não tem muito
trânsito em genética, biologia molecular, epidemiologia e coisas assim fica
refém das tolices que lhe são trazidas por alguns “cientistas”. Quanto à
relação entre o 2,4-D e o famigerado Agente laranja, sugiro a leitura atenta de
http://genpeace.blogspot.com.br/2014/12/10-anos-de-transgenicos-no-brasil.html.
Aliás, nesta postagem comento outras afirmações errôneas deste texto acima e
das críticas de seu (sua) autor(a).
Comissão
responsável por liberar pesquisa, produção e comercialização de transgênicos no
Brasil é integrada por muitos cientistas ligados às empresas do setor
É muito fácil para qualquer um que se esconde por trás do anonimato acusar os membros da CTNBio
de terem ligações com empresas. Mas o fato é que a maioria esmagadora lá é de
professores, cujo salário vem do governo e cujas verbas de pesquisa vêm dos
órgãos oficiais de financiamento, O resto é lenda e fuxico, que desrespeita os
cientistas excelentes que lutam para avaliar os riscos dos OGMs na Comissão,
levando cacete de uma oposição carente de formação científica e, em alguns
casos, de caráter.
Contra fatos, não há argumentos.
Como mostrei, não há fato algum, só besteirol.
****************************
Depois de um segundo comentário do autor (ou autora) do texto que critiquei, posto as referências mais novas sobre o assunto que, na verdade, está em grande parte esgotado.
Ladics
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2010 Dec 2. Review.
Continua na luta pelo envenenamento do planeta.
ResponderExcluirAnônimo, eu não estou lutando para envenenar nada. o que eu procuro é esclarecer os limites entre a ciência e a fantasia. Todos os seres humanos envenenam um pouco, todos os dias, o ambiente, e isso faz parte da nossa raça, mas não exclusivamente. Se fôssemos fungos, a coisa seria diferente. Então, oque precisamos fazer é discutir seriamente, livre de fantasias ideológicas, como sustentar os 9 bilhões de bichos da nossa espécie (comida,água, energia, saneamento) sem liquidar com o ambiente e sem ser necessário matar boa parte desta manada de Homo sapiens. Toda tecnologia nova deve ser avaliada e, se os riscos forem compatíveis com os benefícios, adotada. Olhar a coisa de outra forma é míope.
ResponderExcluirNão autorizo a cópia parcial ou total do artigo publicado no meu blog. Solicito a retirada imediata do texto, do link e qualquer menção ao meu blog por essa página.
ResponderExcluirNão pretendo debater o assunto com o senhor, que não citou sequer um estudo cientifico com bases sólidas em seus comentários, que se mostraram apenas pessoais e limitados.
Mais uma vez, contra fatos não há argumentos. E muitos cientistas que não vivem de fantasias estão debruçados sobre o tema.
http://www.carosamigos.com.br/index.php/economia-2/4202-cientistas-pedem-fim-dos-transgenicos-em-todo-o-mundo
Cientistas de todo o mundo, preocupados com os perigos que os transgênicos representam para a biodiversidade, a segurança alimentar, a saúde humana e animal, exigem uma moratória imediata sobre este tipo de cultivo em conformidade com o princípio da precaução.
Eles escreveram uma carta aberta, assinada por 815 cientistas de 82 países, na qual se opõem aos cultivos transgênicos que intensificam o monopólio corporativo, exacerbam as desigualdades e impedem a mudança para uma agricultura sustentável que garanta a segurança alimentar e a saúde em todo o mundo.
Os cientistas fazem um apelo à proibição de qualquer tipo de patentes de formas de vida e processos vivos que ameaçam a segurança alimentar e violam os direitos humanos básicos e a dignidade.
Eles também querem apoio maior à pesquisa e ao desenvolvimento de uma agricultura não corporativa, sustentável, que possa beneficiar as famílias de agricultores em todo o mundo.
Os textos publicados em blogs são públicos e podem ser reproduzidos total ou parcialmente, com ou sem cometários sobre eles, bastando que se cite a fonte.
ExcluirO que está escrito no seu blog é, de fato, uma opinião de um grupo grande de pessoas que vêm todo tipo de problemas nos transgênicos. Quando critico, a crítica não é a você, particularmente, mas a todos os que seguem repetindo as inverdades espalhadas por aí por pseudo-cientistas como o Séralini, a Judy Carman, o queridinho Jeffrey Smith e muitos outros.
Você tem razão: não citei referências. Achei que é um assunto por demais conhecido, talvez porque já milite nesta luta faz muitos anos. Então, sugiro a você e aos demais leitores a leitura das referências a seguir, que também colei na postagem (alertando que foi em resposta a sua crítica, pertinente.).
Allergic sensitization: screening methods.
Ladics GS, Fry J, Goodman R, Herouet-Guicheney C, Hoffmann-Sommergruber K, Madsen CB, Penninks A, Pomés A, Roggen EL, Smit J, Wal JM.
Clin Transl Allergy. 2014 Apr 15;4(1):13. doi: 10.1186/2045-7022-4-13.
Evaluation of endogenous allergens for the safety evaluation of genetically engineeredfood crops: review of potential risks, test methods, examples and relevance.
Goodman RE, Panda R, Ariyarathna H.
J Agric Food Chem. 2013 Sep 4;61(35):8317-32. doi: 10.1021/jf400952y. Epub 2013 Jul 25. Review.
Challenges in testing genetically modified crops for potential increases in endogenous allergen expression for safety.
Panda R, Ariyarathna H, Amnuaycheewa P, Tetteh A, Pramod SN, Taylor SL, Ballmer-Weber BK, Goodman RE.
Allergy. 2013 Feb;68(2):142-51. doi: 10.1111/all.12076. Epub 2012 Dec 4. Review.
Evaluation and integration of existing methods for computational prediction of allergens.
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The impact of plant biotechnology on food allergy.
Herman EM, Burks AW.
Curr Opin Biotechnol. 2011 Apr;22(2):224-30. doi: 10.1016/j.copbio.2010.11.003. Epub 2010 Dec 2. Review.
Ta ai o resultado do seu "brilhante" trabalho.
ResponderExcluirUma geração inteira contaminada com glifosato.
Homens, mulheres e crianças.
Ta orgulhoso?
http://verdademundial.com.br/cientista-adverte-na-taxa-de-hoje-em-2025-uma-em-cada-duas-criancas-estarao-autistas/
Ta ai o resultado do seu "brilhante" trabalho.
ResponderExcluirUma geração inteira contaminada com glifosato.
Homens, mulheres e crianças.
Ta orgulhoso?
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Caro Anônimo
ResponderExcluirAs associações estatísticas e funcionais ente o glifosato e o autismo, no trabalho já antigo da Seneff e seu colaborador, são completamente “viajadas”. Para uma análise mais aprofundada, leia http://geneticliteracyproject.org/2015/01/05/will-my-child-be-born-autistic-if-i-eat-gmos-a-scientists-view/.
Associações absurdas como esta, e que podem ser muito danosas à saúde pública e aos pacientes, volta e meia aparecem e são um tremendo desserviço ao público e uma afronta à moral e à ciência. Assim, já associaram o autismo a muitas outras coisas, de forma igualmente frouxa e sem base científica: autismo e inseticidas (http://genpeace.blogspot.com.br/2014/06/exposicao-certos-inseticidas-durante.html), autismo e vacina tríplice (http://genpeace.blogspot.com.br/2011/08/validacao-por-plebiscito.html) e por aí vai. Qualquer um pode acreditar nisso, sobretudo porque a informação vem de um artigo cientifico, mas em ciência é preciso confirmações de outros pares, o que absolutamente não ocorreu em nenhum destes casos. O público em geral não sabe disso e segue acreditando e esta a razão pela qual um artigo assim pode ser tão danoso à saúde pública. Você não pode imaginar o impacto que o artigo sobre autismo e vacinas teve na saúde pública no mundo, até que fosse totalmente desmascarado. E nem imagina o dilema para os pais de crianças autistas, nos EUA, que sempre alimentaram seus filhos com a comida tida como saudável pelas autoridades de seu país. O autismo tem ainda uma causa (ou, mais provavelmente várias causas) ainda desconhecida, apenas isso.
Sim, orgulho-me de ter ajudado o meu país a adotar a biotecnologia, que nunca trouxe efeitos negativos PROVADOS à saúde ou ao ambiente, nem aqui nem em qualquer outra parte do Mundo. Não fiz isso defendendo o uso do glifosato (isso é regulado pela ANVISA), mas lutando por uma avaliação de risco dos transgênicos baseada em boa ciência.
Sugiro que leia mais sobre qualquer assunto, antes de se meter a fazer críticas. E que deixe no blog seu nome e filiação institucional, para que os demais leitores possam avaliar o perfil de quem escreve.
Uma pessoa que defende transgênicos e politicagem realmente nem merece resposta. Além de que, seu texto é péssimo!!
ResponderExcluirAnônimo, é fácil dizer que meu texto é péssimo. O difícil é prová-lo...
ResponderExcluirMais uma vez, não estou defendendo transgênico, estou demarcando o que é cientificamente provado e o que é pura fantasia. O texto acima é muito mais voltado às alergias do que aos transgênicos, aliás.
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ResponderExcluirR$ 15,40
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