Deu no tijolaço.com.br de 11 de dezembro de 2014
| 18:09 Autor: Fernando Brito
O episódio do dano
criminoso e imbecil causado por ativistas doGreenpeace (estrangeiros
dirigindo e peruanos obedecendo) nas fantásticas linhas de
Nazca, no deserto peruano ultrapassa qualquer simpatia que se possa ter pelas
teses preservacionistas que dizem defender.
Porque não pode
haver um grama de preservacionismo na mente de quem se dispõe a aparecer danificando
um dos mais antigos e intrigantes monumentos humanos da América do Sul.
Só o que existe é
marketing, a busca desesperada por uma notoriedade que rende, aliás, bons
fundos para a organização.
Esta
operação-imbecil, onde mais de uma dúzia de imbecis, sapatearam e remexeram uma
área de acesso estritamente proibido pelo seu interesse arqueológico só
produziu menos danos ali do que causou a quem defende com responsabilidade
o meio-ambiente.
As desculpas do
Greenpeace foram
pífias. Dizer que “a atividade pareceu descuidada e ofensiva” é um
nada.
Foi ofensiva e
criminosa, isso sim.
Por que é que não
vão dar o peito a bala e acabar com a caça que é permitida lá no país deles, os
EUA? Ou com a mineração no Alasca?
É muito fácil
defender cada árvore das florestas dos pobres, enquanto os ricos queimam
petróleo e fazem emissões a rodo com hábitos perdulários que, aliás, são os
primeiros a introduzir aqui.
Países ricos que se
opõem a qualquer iniciativa global que considere que quem já devastou tudo nos
últimos séculos não tenha de fazer sacrifícios maiores do que os “jardins do
Éden” que sobraram na Terra. Desde a recusa dos EUA a assinarem o
Protocolo de Kyoto até a recusa da proposta brasileira de escalonar as
obrigações de redução de gases do efeito estufa para cada país em proporção
a seu nível de desenvolvimento, só há boicote e sabotagem.
Muita gente que, de
boa-fé, vibra com a ação de rapazes e moças que agem audaciosamente vai
perceber, com esta monstruosidade que fizeram no Peru, o quanto há nisso de
cobertura para que os grandes devastadores do planeta continuem a querer dar
para os pobres as lições que eles próprios não seguem em casa.
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Não deixe de visitar o blog original, pois há
dezenas de comentários interessantes: http://tijolaco.com.br/blog/?p=23670
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Nosso blog GenPeace
foi criado numa época em que o Greenpeace ainda fazia protestos contra os
transgênicos no Brasil, inclusive invadindo o hotel onde ficavam os membros da
CTNBio e a própria Comissão. Subitamente, sumiram do mapa. A gente pode se perguntar
porque, e uma resposta talvez seja: o Greenpeace não quer se desgastar em lutas
perdidas e este é exatamente o caso dos transgênicos no Brasil. As bandeiras do
Greenpeace têm que ser espalhafatosas e esta ideia imbecil de invadir o sítio
arqueológico peruano (com o apoio de irresponsáveis peruanos) e tirar uma foto
para a posteridade não parecia tão imbecil assim: era apenas mais um desrespeito
às leis de um país, mas uma linda foto. Deu no que deu. Se quiserem, olhem as
críticas dos simpatizantes e de outros, postadas no site do Greenpeace, onde a
organização pede desculpas ao Mundo (http://www.greenpeace.org/brasil/pt/Noticias/Comunicado-do-Greenpeace-sobre-o-protesto-nas-Linhas-de-Nazca-no-Peru/).
Vale a pena também ler este blog:http://scienceblogs.com/gregladen/2014/12/14/i-call-for-the-end-of-greenpeace/. Ele tem ótimos comentários, sensatos e bem colocados, e uma frase que me saltou aos olhos: "A man who loots a Native American site in an area he needed a permit to access may have his ability to get a permit to enter that area taken away for life. Greenpeace did something similar, but possibly much larger than what any one person in search of some pottery to sell could have done. So, what should happen to make this right?" De fato, se o Greenpeace violasse um campo sagrado dos índios americanos, o buraco seria muito mais embaixo, mas como a coisa foi feita na América Latina, abaixo do Equador, onde o pecado não existe, provavelmente não vai pegar nada.
Vale a pena também ler este blog:http://scienceblogs.com/gregladen/2014/12/14/i-call-for-the-end-of-greenpeace/. Ele tem ótimos comentários, sensatos e bem colocados, e uma frase que me saltou aos olhos: "A man who loots a Native American site in an area he needed a permit to access may have his ability to get a permit to enter that area taken away for life. Greenpeace did something similar, but possibly much larger than what any one person in search of some pottery to sell could have done. So, what should happen to make this right?" De fato, se o Greenpeace violasse um campo sagrado dos índios americanos, o buraco seria muito mais embaixo, mas como a coisa foi feita na América Latina, abaixo do Equador, onde o pecado não existe, provavelmente não vai pegar nada.
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