sábado, 20 de agosto de 2011

Comentários novos sobre matéria do Valor Econômico reproduzida no Jornal da Ciência


Comentário do professor Francisco G. da Nóbrega sobre a matéria "CTNBio deve aprovar feijão transgênico" publicada no JC e-mail 4320, de 11 de Agosto de 2011.

(http://www.jornaldaciencia.org.br/Detalhe.jsp?id=78794)

A reportagem do Valor Econômico reproduzida no Jornal da Ciência foi muito bem comentada pelo professor Paulo Andrade na última sexta-feira. Os opositores da tecnologia são os que desejam complicar as regras de monitoramento, pois "não são contra a tecnologia", são apenas cheios de "preocupações". O resultado seria danoso para a Embrapa e outras instituições públicas que não terão recursos para bancar os estudos excessivos e desnecessários que opositores defendem. Apenas as multinacionais vão se dar bem! Passaram ao jornalista, o oposto do que se pretende: eficiência e adequação caso a caso no gerenciamento de qualquer risco não negligenciável.

O representante da AS-PTA diz que membros da CTNBio "antecipam seus votos sem conhecer a análise técnica". Além da audiência pública que esclareceu dúvidas, aberta a questionamentos de cidadãos e entidades, as duas comissões setoriais da CTNBio, a humana-animal e a vegetal-ambiental já estavam apreciando a solicitação da Embrapa faz tempo e uma delas já havia votado a aprovação do pedido no mês de Julho.

Todos sabem muito bem a modificação introduzida e os testes que garantem a segurança deste feijão. As assinaturas na internet, em defesa da conquista da Embrapa, foi um movimento deflagrado em resposta a um documento do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (CONSEA) que foi enviado à Presidenta Dilma V. Rousseff cheio de inverdades e que ao fim solicitava: "Proibição da liberação comercial do feijão transgênico e demais Organismos Vivos Modificados (OGMs)". Isso para o país que é o segundo maior produtor de cultivos transgênicos, importante fonte de riqueza para o Brasil e depois de 15 anos de plantio e consumo seguro em países como Canadá, Estados Unidos e mais 23 países. Todos os já liberados no planeta foram considerados seguros na análise qualificada das academias de ciência nos EUA e na Europa.

Ativistas de ONGs estariam mais qualificados para opinar? Será que a AS-PTA também acha que os membros do CONSEA, "anteciparam" suas opiniões? Como os membros do CONSEA deliberaram de maneira responsável sobre este feijão? Quem os informou? Possivelmente sequer possuem o preparo técnico-científico necessário. Estou muito preocupado com a nossa segurança alimentar após conhecer o "conselho" que este Conselho teve a ousadia de levar à Presidência da República.

Francisco G. da Nóbrega é professor titular aposentado da USP e membro da CTNBio

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