terça-feira, 1 de maio de 2012

A segurança dos transgênicos


Transgênicos: bases científicas de sua segurança | Franco Maria Lajolo e Marília Regini Nutti | Edusp, 200 páginas, R$ 45,00

Retransmitido da Revista FAPESP (e comentado pelo editor de GenPeace)
MARCOS DE OLIVEIRA | Edição 191 - Janeiro de 2012

As plantações de alimentos geneticamente modificados (AGM) aumentaram 87 vezes entre 1996 e 2010 e estão presentes em 29 países. No Brasil espera-se um aumento de 20% na safra de 2011/2012. Assim, poderíamos dizer que as culturas transgênicas são um sucesso entre os agricultores. Mas muitas pessoas ainda têm dúvidas ou mesmo rejeitam os alimentos transgênicos porque temem que eles possam ser danosos à saúde humana ou animal. Fazem isso com base em evidências ou faltam informações?


A possibilidade de elucidação do problema para os temerosos e também para quem quer conhecer melhor esse ramo das engenharias genética e de alimentos pode ser encontrada no livro Transgênicos: bases científicas de sua segurança, que tem como autores o professor Franco Maria Lajolo, do Departamento de Alimentos e Nutrição Experimental da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo (USP), e da engenheira de alimentos Marília Regini Nutti, pesquisadora da Embrapa e especialista em segurança de AGM da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) e da Organização Mundial da Saúde (OMS). Eles fazem nessa 2ª edição atualizada (a primeira foi lançada em 2003) um levantamento de centenas de estudos, incluindo documentos de organismos mundiais, e descrevem a metodologia científica, baseada na análise de riscos, usada nos ensaios antes da aprovação dos alimentos transgênicos.

“Recentemente vários estudos têm sido realizados para avaliar a influência dos AGM na alimentação de animais durante várias gerações. Entretanto, em nenhum deles foram observados efeitos adversos.” Os autores mostram resultados como esse ao longo dos 10 capítulos que se iniciam com explicações, em forma didática e de fácil compreensão, de como é a gênese dos organismos geneticamente modificados. Mostram também que dificilmente, com as metodologias aplicadas, um produto AGM possa apresentar riscos para a população. Muitos quadros explicativos, tabelas e infográficos ajudam a completar as informações e a elucidar o tema transgênicos.




Plantação de alimento transgênico?
Os alimentos são plantados ou criados? O pé de milho não é o alimento, assim como também não o é a vaca. Deles derivam-se os alimentos, com graus distintos de processamento, puros ou em misturas, in natura, cozidos, assados ou em conserva. Embora seja errado falar em alimentos transgênicos, o bom senso sabe fazer a conversão entre esta designação e o que se quer designar, isto é,alimentos que contenham produtos derivados de plantas, animais e microrganismos transgênicos.

Isso parece um purismo, mas não é: nos ouvidos do público sem maiores conhecimentos de agricultura e produção de alimentos, parece que a engenharia genética é capaz de produzir diretamente um alimento transgênico: um bife de carne de boi feito em laboratório e outras esquisitices congêneres. Até entre alunos de nutrição a compreensão do que sejam os alimentos transgênicos é incompleta e confusa (http://www.saocamilo-sp.br/pdf/bioethikos/80/Bioethikos_412-422_.pdf ). Portanto, é sempre bom alertar o leitor...

Serviço:
a)       Outros comentários sobre esta obra: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1516-93322003000100014&script=sci_arttext

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