Car@s.
É recorrente na mídia a afirmação de que a tecnologia Bt é
um fracasso porque aqui e ali aparecem casos de resistência à lagarta. Mas será
verdade esta acusação sistemática a esta classe de plantas transgênicas?
A causa desta perda de eficiência é o aparecimento de
insetos com genes de resistência em homozigose. Porque isso acontece, se o gene
de resistência é raro na população original de insetos?
A causa mais provável é a seleção dos insetos parcialmente resistentes
sem a disponibilização de insetos susceptíveis. Quando isso acontece, dois
insetos parcialmente resistentes, com cópia única do alelo de resistência, têm
maior chance de cruzarem entre si. Mas de onde viriam os susceptíveis, se todos
na plantação que não são resistentes (nem sequer parcialmente) morrem? Eles vêm
de áreas dentro da plantação que são semeadas com uma variedade não resistente
ao inseto e, portanto, não Bt. Estas áreas são conhecidas como refúgios. Se
elas não são adotadas, a probabilidade de aparecimento de resistência aumenta
muito.
Ora, a adoção dos refúgios é muitas vezes vista com
desconfiança pelo agricultor. Assim, sua adoção varia muito, mas em geral está
abaixo do determinado pelas boas práticas agrícolas. Isto, aliado a outros
desvios do que recomenda o Manejo Integrado de Pragas, é o que determina a
perda da tecnologia Bt numa determinada área. Os insetos resistentes podem, em
condições favoráveis, se espalhar para outras áreas.
Concluímos com aquilo que todo agricultor sabe: a tecnologia
Bt está longe de ser um fracasso, muito pelo contrario. Ela é, de fato, uma
importante aliada do agricultor, mas não pode ser tomada como única ferramenta
de combate aos insetos, mas encarada como parte indissociável do Manejo
Integrado de Pragas.
Recentemente uma nova postagem mostra de forma muito clara e
didática como se deve proceder à adoção de refúgios no caso do milho Bt.
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