Vários sites que trazem informações sempre negativas sobre
as plantas transgênicas agora procuram mostrar que a presença aumentada de uma
praga agrícola de algodão, originalmente secundária, seria causada pela adoção
do milho transgênico resistente a ela.
Nos comentários abaixo, avalio a veracidade desta afirmação. Para uma leitura muito mais fundamentada e rica em informações, sugerimos o artigo intitulado Lavoura Furada, do pesquisador da Embrapa e também membro da CTNBio Fernando Valicente. O link está abaixo
issuu.com/eriklm/docs/ed_agro_42
Também sugerimos a leitura de uma recente notícia informando que a praga que ataca o algodão e outras culturas no Oeste de Bahia não é a Helicoverpa zea, e sim uma espécie exótica, a Helicoverpa armigera, que pode ter chegado através da importação de flores. A descoberta é da EMBRAPA. O link está abaixo:
http://www.portaldoagronegocio.com.br/conteudo.php?id=90493
Nos comentários abaixo, avalio a veracidade desta afirmação. Para uma leitura muito mais fundamentada e rica em informações, sugerimos o artigo intitulado Lavoura Furada, do pesquisador da Embrapa e também membro da CTNBio Fernando Valicente. O link está abaixo
Revista Agro DBO - Ed 42 - março/2013
Também sugerimos a leitura de uma recente notícia informando que a praga que ataca o algodão e outras culturas no Oeste de Bahia não é a Helicoverpa zea, e sim uma espécie exótica, a Helicoverpa armigera, que pode ter chegado através da importação de flores. A descoberta é da EMBRAPA. O link está abaixo:
http://www.portaldoagronegocio.com.br/conteudo.php?id=90493
A Helicoverpa zea é uma praga de milho, mas também ataca
muitas outras culturas. Vários milhos geneticamente modificados são tóxicos
para esta praga. Quando o agricultor adota qualquer uma destas variedades, deve
reservar uma parcela de sua plantação para semear milho convencional, para
evitar ou pelo menos retardar o aparecimento
de insetos resistentes. Esta abordagem de manejo chama-se refúgio. Se isso não
é feito, mutantes de Helicoverpa podem cruzar entre si e produzir gerações resistentes,
que serão um problema para o agricultor. O surgimento de pragas resistentes ou
tolerantes aos agentes que são empregados usualmente no seu controle (sejam
estas pragas insetos ou ervas daninhas) não é um problema de biossegurança, e a
CTNBio não tem que se meter nesta área, que é de atribuição exclusiva do MAPA.
Naturalmente, o agricultor muitas vezes não quer perder nada
de sua safra e não planta o refúgio. Isso pode levar, como está levando, ao
surgimento de lagartas resistentes ao Bt. Mas o aparecimento de lagartas da
espécie H. zea nas plantações de
algodão pode ter outras causas, além desta. É incorreto e, na verdade,
reflete apenas desinformação, preconceito e uma ideologia míope, achar que são
os milhos transgênicos que são culpados por isso. Pragas secundárias (a H. zea
ataca o algodão, sim) podem-se tornar pragas primárias por uma multiplicidade
de razões, por vezes ocorrendo juntas, e as declarações infelizes trazidas como
reportagem pelos sites que lutam contra os transgênicos não esclarecem nada.
Sob a luz do que foi dito acima, pode-se agora reler a afirmação
que inicia a postagem nos vários sites (que só fazem copiar uns aos outros). Lá
se diz que:
“São efeitos previstos para os quais foram feitos alertas insistentes e
fundamentados dentro e fora da CTNBio. Como manda a lógica mercantil e não a da
ciência independente nem a da precaução, os prejuízos se multiplicam. Quem
assumirá o prejuízo? Não é possível culpabilizar (sic) o produtor”.
O aparecimento de resistência ou a tomada de nicho ecológico
por conversão de praga secundária em primária e muitos outros eventos ligados à
resistência/tolerância aos agentes de controle não tem nada de imprevisto! Não
foi a oposição aos transgênicos, paladino da verdade, que trouxe este problema à CTNBio:
todos lá já sabiam. Acontece que a CTNBio não é o fórum para esta discussão,
pois ela por lei só se atém à AVALIAÇÃO DE RISCO do OGM. A questão da
resistência é da alçada do MAPA que conhece, evidentemente, muito bem o
problema e toma as providências necessárias.
Pode-se chamar de lógica mercantil dar ao
mercado a oportunidade de avaliar as vantagens que uma tecnologia oferece, com
seus riscos. Mas isso não se antepõe à ciência e ao princípio da precaução! Para
isso a biossegurança é previamente avaliada e a adequação do produto ao seu fim
atestada pelos órgãos de fiscalização e controle. Toda tecnologia tem riscos e
o mercado e as leis do país regem isso. Não é preciso que os arautos da verdade
venham colocar o dedo no nariz do regulador, do fiscalizador e do agricultor e
dizer que a ciência independente prova o contrário e que o princípio da
precaução diz que se rejeite a tecnologia.
A descoberta da Helicoverpa armigera não foi feita pela embrapa, e sim por professores e colaboradores da Universidade Federal de Goiás. A justiça será feita!
ResponderExcluirCaro leitor, modifiquei o texto para reconhecer a participação dos professores e colaboradores da UFGO, mesmos em verificar a veracidade da afirmação. Por nossa conta e risco.
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