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Texto de Pedro Fevereiro, presidente do Centro de Informação de
Biotecnologia (CiB) de Portugal.
Em 19 de
setembro foi publicado um artigo (Ref 1) numa revista científica (Foodand
Chemical Toxicology) assinado por uma equipe de investigação francesa sobre o
efeito da alimentação prolongada de ratos com uma variedade de milho não
identificada que contém o evento transgênico NK603. A publicação desse artigo
é enquadrada num projeto de comunicação que inclui o lançamento de um livro e
de um filme.
Os
resultados aparentemente chocantes, sobretudo aqueles apresentados sob a
forma de fotografias, parecem comprometer a segurança alimentar do consumo
prolongado desta variedade de milho. Os autores e os seus apoiadores
questionam assim o uso da tecnologia do DNA recombinante para o melhoramento
vegetal e a sua utilização na alimentação humana e animal.
As
variedades de milho com este evento são amplamente utilizadas há mais de 10
anos (autorização para comercialização concedida para os Estados Unidos em 2000
e em 14 países, incluindo a União Europeia). Isto significa que milhões de
animais já consumiram este milho.
Uma
leitura mais atenta deste artigo levanta de imediato uma série de questões,
algumas fundamentais, sobre os resultados obtidos. Por que se usou uma
variedade de ratos que se sabe desenvolverem tumores com facilidade,
sobretudo a partir da segunda metade do seu tempo de vida? Por que o efeito é
superior com uma percentagem de farinha transgênica menor? Por que os ratos
controlados têm níveis de mortalidade idênticos, e em alguns casos
superiores, aos dos ratos que foram alimentados com o milho transgênico? Por
que não existem barras de erro nos resultados apresentados? Por que não
existe qualquer tratamento estatístico? Por que não existe uma justificação
biológica para o hipotético efeito observado? De onde veio o milho utilizado?
Por que o autor não quer que seja analisado o milho com que fez os ensaios?
Por que, passados dez anos de uso continuado destas variedades de milho,
nenhum veterinário, produtor ou tratador de animais que consomem regularmente
estes produtos relatou estes efeitos? Finalmente como é possível generalizar
estes resultados sabendo que cada transgene configura uma modificação
genética claramente distinta?
Este
artigo nunca deveria ter sido publicado. Os seus autores dizem que é o
primeiro estudo de longo prazo em animais. A mesma revista publicou em 2011
uma revisão de 12 estudos de longo prazo (Ref 2) de alimentação com produtos
transgênicos onde se verifica que em nenhum caso foram encontrados efeitos
negativos na saúde animal. O artigo agora publicado não foi devidamente
revisto pelos editores desta revista e deveria ser imediatamente retirado.
Existem centenas de dados e relatos científicos credíveis que provam precisamente
o oposto do que é apresentado. Existirá uma conspiração mundial para
propositadamente utilizar os produtos transgênicos para fazer mal a pessoas e
animais?
Curiosamente
este artigo é publicado ao mesmo tempo em que se apresenta um filme e um
livro sobre o mesmo assunto. Passadas duas ou três semanas de o governo
francês ter sido condenado pelo tribunal europeu por proibir o cultivo de
milho transgênico resistente a insetos. E na mesma altura que a DG Sanco
pretende fazer aprovar o cultivo de soja transgênica no espaço europeu.
Este
estudo nunca deveria ter sido tornado público nestas condições e tem como
única função assustar as pessoas e condicionar o uso desta tecnologia.
Deveria ser dada a oportunidade a grupos de investigadores independentes para
analisarem em detalhe os métodos seguidos e os resultados brutos obtidos e
para replicarem a experiência de forma a serem verificados os resultados
obtidos.
Referências:
Ref 1 -
"Long-term Toxicity of a Roundup Herbicide and a Roundup-Tolerant Genetically
Modified Maize".Gilles-Eric Seralini, Emilie Clair, Robin Mesnage,
SteeveGress, Nicolas Defarge, Manuela Malatesta, Didier Hennequin, and Joel
Spiroux de Vendomois.Food and Chemical Toxicology. 19th September, 2012.in
press.
Ref 2 -
"Assessment of the health impact of GM plant diets in long-term and
multigenerational animal feeding trials: A literature review". Chelsea
Snell, AudeBernheim, Jean-Baptiste Bergé, Marcel Kuntz, Gérard Pascal,
Alain Paris, Agnès E. Ricroch. Food and Chemical Toxicology.Volume 50.Issues
3-4. March-April 2012.Pages1134-1148.
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Blog para postagem e discussão de temas científicos e técnicos sobre biossegurança de transgênicos, sua geração e uso.
quarta-feira, 26 de setembro de 2012
Artigo sobre efeito de milho transgênico NK603 em ratos não tem credibilidade
quinta-feira, 20 de setembro de 2012
Artigo que “mostra” o surgimento de tumores em ratos provocado pelo consumo de milho geneticamente modificado carece de qualquer base científica
Mais uma vez o grupo do prof. Séralini brinda a comunidade
científica com um artigo que pretende demonstrar efeitos deletérios do consumo
de milho GM em mamíferos. Em todos os sites da internet que divulgam notícias
sem ir ao fundo delas está dito o que o autor principal declarou aos jornais:
que os efeito são claros, que é um crime liberar este produto para consumo,
etc.
Mas o artigo é um completo desastre científico e fica muito
difícil entender como uma revista científica de qualidade aceitou tamanho
disparate. Para que o leitor entenda a questão é essencial saber que estudos de
curta e média duração com milho GM já foram feitos com diferentes animais experimentais, em
diferentes condições, e nunca apontaram qualquer efeito deletério sobre a
saúde dos animais experimentais. É importante também saber que o milho NK603 é
consumido por animais e serem humanos há quase uma década, pelo mundo afora,
sem qualquer relato de problemas de saúde. Assim, soa muito estranho que um
experimento conduzido em ratos tenha mostrado um impacto tão grande, com o
aparecimento de tumores nos animais.
Neste comentário não vamos entrar nos detalhes estatísticos
do trabalho e na forma deficiente como os resultados são apresentados. Isso
será encaminhado ao público mais tarde. Vamos apenas trazer ao conhecimento
público o que ocorre quando ratos da raça escolhida pelo grupo francês são
mantidos em laboratório por mais do que os regulares 6 meses.
Os leitores devem saber que um rato costuma viver em média
cerca de 700 dias, portanto menos de dois anos. A pretensão do Dr. Séralini e
seu grupo de fazer um estudo de longa duração com um animal que vive tão pouco
já começa errada aí. Como todos os grupos de mamíferos, à medida que vão envelhecendo, os ratos
começam a apresentar tumores (malignos ou não) em diversos órgãos e tecidos do
corpo, e isso é especialmente comum nos ratos da raça escolhida pelo grupo
francês. A tendência a ter tumores pelo corpo é genética nesta raça e nada tem a
ver com o tipo de tratamento que se dá a eles. Claro é que muitos fatores podem
aumentar ou diminuir um pouco esta tendência, mas são tantos (tipo de alimento,
estresse, manipulação, etc., etc.) que é IMPOSSÌVEL deduzir o que quer que seja
quando estes tumores começam a aparecer. É exatamente por isso que os estudos com ratos em laboratório não podem ir além
de uns poucos meses.
Pois bem: o
Dr.Séralini empurrou a janela temporal de seu experimento até a morte dos
ratos, quase dois anos depois de começar seu experimento. E, é claro, observou
uma enorme quantidade de tumores nos ratos. Estes tumores devem ter aparecido
também nos animais controle mas, espertamente, o artigo esconde isso num texto
confuso e mal escrito. Em resumo, o grupo criou um factoide científico,
empregando uma metodologia completamente errada. Suas conclusões são inválidas
do princípio ao fim e é realmente uma vergonha que uma revista conceituada como
a Food and Chemical Toxicology tenha aceito o artigo.
Para leitura dos mais
interessados, recomendamos os artigos abaixo, já muito bem assimilados
pela ciência (publicados muitos anos atrás!), que descrevem os tumores espontâneos
em ratos (da raça usada pelo grupo francês)
e em camundongos:
Davis et al, 1956 - http://cancerres.aacrjournals.org/content/33/11/2768.full.pdf+html
Prejean et al., 1973
- http://cancerres.aacrjournals.org/content/33/11/2768.full.pdf+html
Gross & Dreyfuss,
1979 - http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC411762/pdf/pnas00011-0504.pdf
Okada et al., 1981 - http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC2010671/pdf/brjcancer00452-0116.pdf
Recomendamos com
muita ênfase a leitura do artigo abaixo, que mostra a forma importante como
variações da dieta (que nada tem a ver com transgênicos) afetam o aparecimento
dos tumores.
Keenan et al., 1997 -
http://jn.nutrition.org/content/127/5/851S.full.pdf+html
Comentários de outros
cientistas criticando o artigo: http://www.sciencemediacentre.org/pages/press_releases/12-09-19_gm_maize_rats_tumours.htm
quarta-feira, 12 de setembro de 2012
Guía para Evaluación de Riesgo Ambiental de Organismos Genéticamente Modificados – una iniciativa de América Latina
Fue lanzado el manual para día a día del evaluador
de riesgos de OGM.
Estimados lectores: La
Guía para Evaluación delRiesgo Ambiental de Organismos Genéticamente
Modificados, en su versión en español, por fin está disponible gracias al
trabajo dedicado de los autores y del ILSI-Brasil. Se compone de dos secciones:
en la primera se explican todos los pasos de la evaluación de riesgo y su
relación con los demás elementos de análisis de riesgos. En la segunda sección
al lector tiene seis ejemplos concretos de aplicación del tutorial
proporcionado por la guía.
Aunque la guía sigue las
directrices generales del Protocolo de Cartagena, mantiene un nivel de
simplicidad y claridad sin precedentes y seguramente será una de las
herramientas más útiles en la evaluación del riesgo ambiental de OGMs, tanto
para principiantes como para los evaluadores más experimentados.
Las siguientes palabras
del Prof. Dr. Flavio Finardi, presidente de la CTNBio (Brasil), son la
presentación formal de la guía para el público, en su versión impresa.
Presentación
El lanzamiento de esta guía es una iniciativa oportuna
concebida por un grupo de expertos en biotecnología que dedicó parte de su
tiempo libre para transmitir, de forma sencilla y didáctica, los pasos de la
evaluación de riesgos de los OMG. Los autores añaden también las medidas
efectivas que se adoptan en cada caso, siempre que se sospecha de riscos al
ambiente derivados de la autorización para el uso comercial del producto
opinión.
Tengase en cuenta que el propósito de la Guía es para ser
utilizada como tal en el día a día, para una referencia rápida y objetiva, para
resolver las cuestiones que se plantean, y seguir caminos seguros específicos
para cada evento de transformación generada por la biotecnología moderna.
Espero que esta guía sea ampliamente empleada en los diferentes países que han
adoptado la tecnología de recombinación genética para el desarrollo de nuevas
variedades, razas y cepas de organismos.
Para descargar la guía en
formato PDF, por favor siga el enlace a continuación.
Guia de Avaliação de Riscos Ambientais de Organismos Geneticamente Modificados – uma iniciativa da América Latina
Lançado o manual para o
dia-a-dia do avaliador de riscos
Caros Leitores, o Guia de Avaliação de Riscos Ambientais de
Organismos Geneticamente Modificados, em sua versão em espanhol, está
finalmente disponível, graças ao trabalho dedicado de seus autores e do
ILSI-Brasil. Ele é composto de duas
seções: na primeira estão explicados todos os passos da avaliação de risco e
como esta se relaciona aos demais elementos da análise de risco. Na segunda
seção são oferecidos ao leitor seis exemplos concretos de aplicação do passo a passo
oferecido pelo guia.
Embora o guia siga as diretrizes gerais do Protocolo de Cartagena,
ele mantém um nível de simplicidade e clareza inédito e será seguramente uma
ferramenta da maior utilidade na avaliação de risco de OGM, tanto para
avaliadores iniciantes como para os colegas mais experientes.
As palavras a seguir, do Prof. Dr. Flávio Finardi, presidente da CTNBio (Brasil), são a
apresentação formal do guia ao público, na sua versão impressa.
Presentación
El lanzamiento de esta guía es una iniciativa oportuna
concebida por un grupo de expertos en biotecnología que dedicó parte de su
tiempo libre para transmitir, de forma sencilla y didáctica, los pasos de la
evaluación de riesgos de los OMG. Los autores añaden también las medidas
efectivas que se adoptan en cada caso, siempre que se sospecha de riscos al
ambiente derivados de la autorización para el uso comercial del producto
opinión.
Tengase en cuenta que el propósito de la Guía es para ser
utilizada como tal en el día a día, para una referencia rápida y objetiva, para
resolver las cuestiones que se plantean, y seguir caminos seguros específicos
para cada evento de transformación generada por la biotecnología moderna.
Espero que esta guía sea ampliamente empleada en los diferentes países que han
adoptado la tecnología de recombinación genética para el desarrollo de nuevas
variedades, razas y cepas de organismos.
Para download do guia no formato pdf, basta acessar o link.
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