A primorosa tradução do texto original foi feita pelo
Prof. Francisco Gorgônio da Nóbrega e está disponível aqui para o deleite dos
leitores de GenPeace
Matt
Ridley é autor premiado. Escreveu Genome,
The Agile Gene e The Rational
Optimist. Recebeu em 2012 o Julian Simon
Memorial Award concedido pelo Competitive
Enterprise Institute. Segue sua palestra ao
aceitar o prêmio em 8 de março de 2012. A tradução para o português (Francisco G.
Nóbrega) contou, nessa versão 3, com a revisão competente de Adolfo J. Mota e
sugestões de Marina P. Nóbrega. Uma transcrição em inglês e a palestra em vídeo
estão disponíveis nos endereços (28/11/2013):
e também: http://vimeo.com/38996795
Matt Ridley
Faz 32 anos, quase um terço de
século, desde que Julian Simon pregou suas teses à porta da igreja
eco-pessimista ao publicar seu famoso artigo na revista Science:
"Resources, population, environment: an oversupply of false bad news"
(Recursos naturais, população e meio ambiente: um excesso de más notícias
falsas). Passaram-se também 40 anos desde que "The Limits to Growth"
(Os Limites ao Crescimento) e 50 anos desde que "Silent Spring"
(Primavera Silenciosa) foram publicados. Tempo suficiente para refletir se o
mundo seguiu o pessimismo Malthusiano ou o otimismo Simoniano.
Antes de prosseguir, desejo
lembrar quão duramente Simon foi atacado por dizer que achava que as más
notícias estavam sendo exageradas e as boas notícias minimizadas. Verbalmente
pelo menos, o tratamento dispensado a Simon foi em tudo tão duro quanto à
Martin Luther. Simon foi chamado de imbecil, bobão, ingênuo, ignorante, crente
em uma Terra chata, membro da extrema direita, e Marxista. Paul Ehrlich disse:
"Será que os editores encontraram, para avaliar o manuscrito de Simon,
alguém que precisa tirar seus sapatos para contar até 20?" Ehrlich juntamente
com John Holdren iniciaram uma crítica intensa, acusando Simon de mentir sobre
a redução dos preços da eletricidade. Aconteceu que basearam sua crítica em um
engano tipográfico presente numa tabela, erro descoberto por Simon, que ligou
para o editor da informação. Quando soube, Ehrlich comentou: "que
cientista telefonaria para o autor de uma fonte oficial de dados para ter
certeza de que não haveria erros tipográficos numa série de números?" Resposta:
quem gosta de ter certeza dos fatos que divulga.
No entanto, apesar de todas as
análise impiedosas, seus críticos nunca conseguiram acertar Julian Simon
naquela época ou mais tarde. Não consigo me lembrar de um único fato
importante, dado numérico ou mesmo previsão em que ele eventualmente tenha se
enganado. Em algumas questões triviais ele errou, porém no que era importante,
sempre esteve certo. Leia novamente o artigo de 1980* e confirmará o que estou
dizendo.
Vou tirar algumas lições da luta
de Julian Simon com o minotauro Malthusiano, e também de minha incauta decisão
de seguir suas pegadas - assim como as de Bjorn Lomborg, Ron Bailey, Indur
Goklany, Ian Murray, Myron Ebell e outros - nesse labirinto, um par de décadas
depois.
Viajem comigo até 1971 e
lembrem-se da contínua torrente de previsões de desgraças e destruição que
bombardearam, nas décadas seguintes, todos que àquela época eram adolescentes:
os adultos me diziam, com terrível certeza, que a explosão populacional era
incontrolável, a fome global inevitável, a produção agrícola iria se reduzir,
seria fútil ajudar a Índia com alimentos, nossas vidas seriam abreviadas devido
a uma epidemia de câncer causada por pesticidas no ambiente, os desertos
cresceriam 2 milhas por ano, o risco de contaminação atmosférica por resíduos
de explosões atômicas era crescente, um inverno nuclear seria a inevitável
consequência de uma igualmente inevitável guerra atômica, pandemias causadas
pelos vírus Ebola, Hanta e pela Gripe Suína estavam para estourar, a decadência
das cidades era irreversível, a chuva ácida destruiria nossas florestas, os
vazamentos de óleo estavam aumentando, o crescimento econômico estava cessando,
as desigualdades cresceriam globalmente, o petróleo e o gás natural em breve se
esgotariam assim como as reservas de cobre, zinco, cromo, estanho, tungstênio e
muitos outros recursos naturais, a poluição urbana estava aumentando, os
Grandes Lagos iam morrer com a poluição, dezenas de espécies de aves, mamíferos
e peixes estavam desaparecendo a cada ano, uma nova idade do gelo estava
chegando, o número de espermatozóides decrescia, a doença da vaca-louca mataria
centenas de milhares de pessoas, plantas daninhas invasoras geneticamente
modificadas devastariam os ecosistemas, a nanotecnologia causaria sérios danos,
os computadores falhariam na virada do milênio arrastando consigo parte de
nossa civilização, a neve de inverno se tornaria uma raridade, a frequência de
furacões seria maior, mais pessoas seriam acometidas de malária, as mudanças
climáticas eliminariam espécies, o clima alterado levaria à morte de muita
gente, e o aumento do nível do mar seria acelerado. Tudo isto era divulgado
intensa e ruidosamente na mídia convencional e com frequência. Não estou me
referindo a publicações obscuras. Vejam o sumário editorial do livro "Os
Limites do Crescimento" (The Limits to Growth): "Será este o mundo cujo
legado nossos netos agradecerão? Um mundo no qual a produção industrial caiu a
zero. No qual a população sofreu um declínio catastrófico. No qual ar, mar, e
solo estão poluídos de maneira irrecuperável. No qual a civilização será uma
memória distante. Este é o mundo previsto pelos computadores." Vejam bem,
não foi ninguém, foram os computadores que previram....
Exceto para um punhado de
questões ainda não resolvidas, cada uma das previsões listadas estava errada e
não por pouco, mas 180 graus na direção oposta. Nos 40 anos desde 1971, a taxa
de crescimento populacional caiu quase para metade, a fome se tornou rara, o
rendimento médio da agricultura dobrou, a Índia tornou-se exportadora de
alimentos, a duração média da vida aumentou cerca de 25% no planeta, a
incidência de cânceres ajustada pela idade caiu, o Sahel tornou-se mais verde,
a contaminação radioativa devido a testes atômicos caiu 90%, 2/3 das armas
atômicas foram desmontadas, não aconteceu nenhuma pandemia viral, muitas
cidades floresceram, a cobertura florestal cresceu modestamente, os
derramamentos de óleo nos oceanos sofreram redução de 90%, houve uma explosão
de desenvolvimento econômico global, as desigualdades se reduziram claramente
enquanto os países pobres cresciam mais que os ricos, as reservas de óleo e gás
se expandiram, o preço de metais despencou, a poluição atmosférica urbana nos
países desenvolvidos melhorou em pouco tempo, os Grandes Lagos se purificaram,
a Idade do Gelo não chegou, a velocidade de extinção de espécies de aves e
mamíferos permaneceu baixa, a contagem de espermatozóides se estabilizou, a
doença da vaca-louca em 20 anos matou não mais que 176 pessoas, cultivares
geneticamente modificados aumentaram a biodiversidade nos campos, a
nanotecnologia não causou problemas, os computadores sofreram pouco na virada
do milênio mesmo em países que nada fizeram para se proteger do Y2K como a
Itália e a Coréia do Sul, a cobertura de neve no Hemisfério Norte sofreu um
pequeno acréscimo, a energia acumulada em ciclones tropicais atingiu os níveis
mais baixos, a malária continuou recuando, nenhuma espécie foi extinta devido à
mudança climática, as rãs douradas foram dizimadas por um fungo e não pelo
aquecimento global, poucas pessoas morreram devido á extremos no clima, e o
aumento do nível do mar não se acelerou.
Novamente Simon estava certo e
seus críticos errados. Não seria bonito se apenas uma dessas pessoas que o
ofendeu se erguesse e admitisse que errou? Nós, otimistas, ganhamos cada
argumento intelectual, mas não fizemos diferença. Os livros texto de minha
filha divulgam as mesmas lamentações Malthusianas dos textos que usei.
O que torna tão difícil divulgar
nossa mensagem? Penso que a atitude ecopessimista pode ser descrita por cinco
características: falta de visão histórica, incompreensão do que seja finitude
de recursos, é estática, está eivada de interesses pessoais e é complacente com
o estágio atual do conhecimento. Em outras palavras: a visão ecopessimista
ignora a história, interpreta de maneira errada o conceito de finitude, pensa
de maneira estática, tem interesses pessoais em destruição e desgraça e não
percebe a importância da inovação.
Em primeiro lugar, as pessoas
costumam ter memória curta. Não apenas ignoram como desconhecem a lamentável
coleção de enganos dos ecopessimistas. O fato de todas as previsões terríveis
que mencionei terem sido levadas a sério em seu tempo, atraindo a aprovação dos
grandes e dos bons, deveria, a meu ver tornar as pessoas mais céticas ante às
afirmações comuns hoje, sobre mudança climática. Foi isso que me motivou a
procurar evidências reais sobre mudança climática. Quando procurei, não
encontrei um único dado objetivo - além de modelos - que confirmasse ser esta
uma mudança climática não usual, ou mudança que poderia causar dano real. No
entanto ao comentar esse aspecto com um cientista do clima ele, de pronto e de
maneira jocosa disse: "o fato que pessoas tenham errado no passado não as
torna erradas agora", como se essa observação encerrasse o debate
definitivamente.
Em segundo lugar é muito difícil
para as pessoas compreenderem o argumento de Simon: "apesar de parecer
estranho, o termo finito é, não apenas impróprio, mas realmente enganador
quando aplicado a recursos naturais".
E ele prossegue: "encontramos novas reservas de minérios,
inventamos métodos de produção melhores e descobrimos novos substitutos,
portanto o conhecimento insuficiente é a limitação real de nossa capacidade de
obter quantidade ilimitada de materiais básicos a preços aceitáveis". Este
ponto é profundamente contraintuitivo.
Por sinal, existe uma
demonstração melhor dessa tese de Simon que a atual revolução do gás de xisto?
O gás de xisto sempre esteve lá, o que fez dele uma riqueza natural foi o
conhecimento - a tecnologia prática desenvolvida por George Mitchell no Texas.
Este conhecimento transformou o cenário energético do planeta.
Por outro lado, como expliquei
em outra ocasião, são as riquezas renováveis - supostamente infinitas - que
costumam se esgotar: baleias, florestas, búfalos. É um fato impressionante, mas
nenhum recurso não renovável chegou próximo de sua exaustão, enquanto muitos
renováveis já se foram.
Por sinal, notaram algo
importante sobre os combustíveis fósseis? Somos as únicas criaturas que os usam.
Isso significa que usando petróleo, carvão ou gás, não estamos competindo com
outras espécies. Quando usamos madeira, ou plantas, energia da água e mesmo do
vento, estamos afetando outras espécies. Não há dúvida de que a política
mundial que encoraja o uso da bioenergia, seja na forma de madeira ou etanol, é
ruim para a vida selvagem - compete com ela por solo, florestas ou alimento.
Imaginem um mundo no qual dependeríamos de plantas e madeira para gerar toda a
energia necessária e então aparece alguém que nos explica que, sob o solo,
existe esse material que podemos usar e não mais vamos ter que roubar o lanche
da biosfera. Não precisa imaginar... Foi isso precisamente o que aconteceu durante a revolução industrial.
Em terceiro lugar a visão
Malthusiana é fundamentalmente estática. A visão de Julian Simon é
fundamentalmente dinâmica. Repetidamente quando discuto com os "verdes"
descubro que eles simplesmente não conseguem compreender as dinâmicas na Terra:
preços provocando a substituição de recursos e o dinamismo dos ecossistemas,
algo que não encontra abrigo na ecologia dos "verdes". Veja a
malária. Os ecopessimistas até recentemente insistiram que a malária iria se
tornar mais prevalente no mundo mais quente do século 21. Mas Paul Reiter tem
lhes dito inutilmente, que isto não faz sentido. A malária desapareceu da
América do Norte, Rússia e Europa e recuou dramaticamente na América do Sul, Ásia
e África durante o século 20, quando o mundo se aquecia. Não foi porque o mundo
ficou mais hostil para os mosquitos. Foi porque passamos a morar em casas,
secamos pântanos e usamos DDT e medicamentos antimalária, etc. Os seres humanos
não são alvos estáticos. Eles se adaptam.
Meu quarto ponto, que explica
porque os argumentos de Simon caem em solo pedregoso, é que tantos têm um
interesse pessoal em catástrofes. Embora odeiem admiti-lo, o movimento
ambientalista e a comunidade científica são mercados abertos vigorosos,
saudáveis, competitivos, impiedosos, no qual gigantes corporativos competem por
doações, auxílios, subsídios e publicidade. A melhor maneira de conseguir tudo
isso é ligar o alarme. Se sangrar vai em frente. Boa notícia não é notícia. Imagine
quanto dinheiro vai conseguir se divulgar um anúncio dizendo: "pensamos no
momento que a mudança climática será suave e lenta, no entanto façam doações,
por favor". As somas envolvidas são verdadeiramente impressionantes.
Greenpeace e WWF, a General Motors e a Exxon do movimento verde, em conjunto,
gastam mundialmente cerca de um bilhão de dólares por ano. A WWF gasta, apenas
em propaganda, US$ 68 milhões. Francamente Julian, Bjorn, Ron, Indur, Ian,
Myron e eu estamos cuspindo contra o vento.
Meu quinto ponto, ironicamente é
a autossatisfação, a complacência, com a situação atual. Os ecopessimistas são
os Panglossianos de hoje, pois acreditam que o mundo será melhor sem que
desenvolvamos novas tecnologias. Não adotemos alimentos GM - vamos nos amarrar
nos pesticidas. Já existiu uma doutrina mais autossatisfeita e contrária a
mudanças que o princípio da precaução? Não tente nada até que tenha certeza que
é seguro. Como se o mundo fosse perfeito. Somos nós, os eco-otimistas, ironicamente,
que estamos agudamente conscientes de quão miserável o mundo ainda é e quão
melhor podemos torná-lo: na verdade quão perigosamente dependentes ainda somos
da invenção de mais e novas tecnologias. Tive um bom exemplo recente em debate
com um alarmista climático. Ele insistia que o risco devido ao aumento do
dióxido de carbono era imenso e que portanto deveríamos cortar drasticamente, em
torno de 90%, nossas emissões. Em vão tentei mostrar que cortar as emissões a
este nível causaria maior dano aos pobres e às florestas tropicais que o dano
causado pelas próprias emissões. Que isso seria análogo a tratar um resfriado
com quimioterapia ou usar um torniquete no pescoço para interromper um
sangramento no nariz.
Meu antigo patrão, The
Economist, gosta de uma versão da aposta de
Pascal ou seja mesmo que seja pequeno o risco de mudança climática
catastrófica, o impacto pode ser tão avassalador que devemos nos empenhar a
qualquer custo para evitá-lo. Tenho tentado persuadi-los que a mesma lógica se
aplica à redução das emissões. Por pequeno que seja o risco de que a redução de
emissões leve a uma devastação planetária, devemos impedir a todo custo que
isso aconteça, incluindo o pequeno risco das emissões destabilizarem o clima.
Dê uma olhada no Haiti e entenderá que eliminar os combustíveis fósseis é um
risco ambiental enorme. Isso é o que entendo por autossatisfação/complacência
desinformada: ignorar que possamos descarbonizar a economia sem causar dano
ecológico severo, ignorar que possamos estancar o comércio global sem levar os
pobres à fome, ignorar que possamos nutrir sete bilhões de humanos com
alimentos orgânicos sem acabar com as florestas tropicais.
Tendo homenageado Julian Simon
por suas ideias, vou discordar dele num aspecto. Penso que discordo, embora possa
estar errado. Ele argumentou (algo para mim extraordinário e repulsivo quando
pela primeira vez ouvi e ainda era um jovem ecopessimista ortodoxo): quanto
mais pessoas tivermos no mundo mais invenções teremos. As pessoas são cérebros
e não apenas bocas, trazem soluções e não apenas problemas. Ou como alguém
disse: porque o nascimento de um bebê seria causa de preocupação, enquanto o de
um bezerrinho uma boa esperança? Atualmente existe uma versão deste argumento
que - por razão peculiar - é popular entre acadêmicos, segundo a qual havendo
mais pessoas, haverá maior chance de alguns se tornarem Messias científicos ou
tecnológicos. Julian Simon parece estar
neste campo. Se estivesse entre nós hoje - por Zeus, gostaria que estivesse -
eu tentaria persuadi-lo que este não é o ponto, o que conta não é o número de
pessoas, mas quão eficientemente elas estão se comunicando. Eu lhe contaria as
evidências recentes da Tasmânia Paleolítica, da Europa Mesolítica, do Pacífico
Neolítico e da internet de nossos dias, demonstrando que é o comércio e a troca
que geram inovação, por meio do encontro e casamento de ideias.
É um mito pensar que o gênio é
solitário, algo estimulado pelos prêmios Nobel e pelo sistema de patentes.
Concluo que pessoas menos inteligentes são tão importantes quanto as particularmente
brilhantes; que a inteligência coletiva que nos legou um progresso incrível nos
padrões de vida depende mais desse encontro e cruzamento de ideias que do
número de pessoas. Daí resulta que populações pequenas como em Atenas, Gênova
ou na Holanda podem subitamente liderar o mundo. Porisso não há inventores para
a telefonia celular, a internet e mesmo o fenômeno Al Gore... Estranhamente os
acadêmicos não gostam desse argumento. Não conseguem entender, com suas cabeças
pontudas, que pessoas comuns impulsionam a inovação via trocas e
especialização. Estou seguro que Julian Simon entendeu isto, embora sinto que
ainda namorava a outra teoria.
A grande aventura humana apenas
começou. A coisa mais verde que podemos fazer é inovar. A coisa mais
sustentável que podemos fazer é promover mudanças. O único limite é o
conhecimento. Julian Simon, obrigado por essas revelações. E obrigado por este
prêmio.
*
http://www.ce.cmu.edu/~gdrg/readings/2007/09/27/Simon.pdf
***
Informações adicionais
Quem
é Mark Ridley: http://en.wikipedia.org/wiki/Matt_Ridley
Blog
do Mark Ridley: www.rationaloptimist.com
Leitura essencial: o artigo do Julian Simon. Passados mais de
30 anos, ele continua atualíssimo. Leia todo o artigo e tenha especial atenção
ao seu fechamento: “Why Do We Hear Phony Bad News?”. Link para o artigo:
http://www.ce.cmu.edu/~gdrg/readings/2007/09/27/Simon.pdf.