Saiu recentemente na revista GM Crops and Food:
Biotechnology in Agriculture and the Food Chain vol 4, no. 2,pgs 90-97 (2013) um interessante artigo
intitulado “Computational sequence analysis of predicted long dsRNA
transcriptomes of major crops reveals sequence complementarity with human genes”(
http://dx.doi.org/10.4161/gmcr.25285)
. Os autores (Jensen et al.), todos da Monsanto em St. Louis, USA, mostram que existem
mais de 8 milhões de dsRNA potenciais em soja, arroz, milho, alface e tomate e
que destes mais de 30.000 têm completa similaridade com uma sequência de pelo
menos 21 nt de algum gene humano comprovadamente transcrito (isto é, um gene “em
uso” por nós).
Que coisa extraordinária: estaria a Monsanto publicamente
admitindo que as plantas são um perigo para a saúde humana e que os
vegetarianos estão condenados a ter os mais estranhos distúrbios metabólicos?
Ora, se houvesse uma possibilidade, ainda que reduzida, de
que estes RNAs pudessem interferir de forma perigosa com o metabolismo humano
por via digestiva, isso seguramente já teria sido visto. E mais: se as plantas
tem este enorme conjunto de RNAs potencialmente interferentes, os animais têm
seguramente muito mais! Assim, o consumo de carne de gado, pescado, frango,
porco ou qualquer outro vertebrado seria um imenso risco alimentar. Mas, outra
vez, nada disso se concretizou em dano.
Por isso, os dsRNA produzidos pelas plantas transgênicas não
representam qualquer risco à espécie humana, se consumidos na alimentação,
reduzindo todo este temor a mais um medo irracional e sem base na ciência e na
observação.
Postagens anteriores sobre este tema:
http://cienciahoje.uol.com.br/blogues/bussola/2013/04/dsRNA%20-Flavio%20Finardi.pdf
http://genpeace.blogspot.com.br/2013/04/rota-ao-dano-pelo-rna-de-interferencia.html
http://genpeace.blogspot.com.br/2013/04/rota-ao-dano-pelo-rna-de-interferencia.html
Bases da interferência de RNA: http://www.ufpe.br/biolmol/iRNA.htm
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