segunda-feira, 5 de agosto de 2013

Biossegurança de plantas transgênicas expressando RNAs de interferência: riscos remotíssimos, como previamente anunciado por este blog.

Saiu recentemente na revista GM Crops and Food: Biotechnology in Agriculture and the Food Chain vol 4, no. 2,pgs  90-97 (2013) um interessante artigo intitulado “Computational sequence analysis of predicted long dsRNA transcriptomes of major crops reveals sequence complementarity with human genes”( http://dx.doi.org/10.4161/gmcr.25285) . Os autores (Jensen et al.), todos da Monsanto em St. Louis, USA, mostram que existem mais de 8 milhões de dsRNA potenciais em soja, arroz, milho, alface e tomate e que destes mais de 30.000 têm completa similaridade com uma sequência de pelo menos 21 nt de algum gene humano comprovadamente transcrito (isto é, um gene “em uso” por nós).

Que coisa extraordinária: estaria a Monsanto publicamente admitindo que as plantas são um perigo para a saúde humana e que os vegetarianos estão condenados a ter os mais estranhos distúrbios metabólicos?

Ora, se houvesse uma possibilidade, ainda que reduzida, de que estes RNAs pudessem interferir de forma perigosa com o metabolismo humano por via digestiva, isso seguramente já teria sido visto. E mais: se as plantas tem este enorme conjunto de RNAs potencialmente interferentes, os animais têm seguramente muito mais! Assim, o consumo de carne de gado, pescado, frango, porco ou qualquer outro vertebrado seria um imenso risco alimentar. Mas, outra vez, nada disso se concretizou em dano.
Por isso, os dsRNA produzidos pelas plantas transgênicas não representam qualquer risco à espécie humana, se consumidos na alimentação, reduzindo todo este temor a mais um medo irracional e sem base na ciência e na observação.

Postagens anteriores sobre este tema:

Bases da interferência de RNA:  http://www.ufpe.br/biolmol/iRNA.htm


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